25/09/2010

1510 - Soneto já Antigo e outros Poemas

Álvaro de Campos
Ed. Ática
ed. 2009

Coitado do Álvaro de Campos!
Tão isolado na vida! Tão deprimido nas sensações!
Coitado dele, enfiado na poltrona da sua melancolia!
Coitado dele, que com lágrimas (autênticas) nos olhos,
Deu hoje, num gesto largo, liberal e moscovita,
Tudo quanto tinha, na algibeira em que tinha pouco, àquele
Pobre que não era pobre, que tinha olhos tristes por profissão.
Coitado do Álvaro Campos, com quem ninguém se importa!
Coitado dele que tem tanta pena de si mesmo!

Nenhum comentário: